O amontoado de caixas de cartão forma uma torre até ao tecto, o meu corpo separa-se por secções, os braços fecham a porta da sala e os trincos, as pernas correm para fechar todas as janelas, para tal basta-lhes pontapear a parede, o torso desfaz-se em mil bocados, trepam e trepam, e preenchem o conteúdo de todas as caixas empilhadas, a cabeça colocada sobre o soalho, esquecida lança um sopro sobre a pilha, mas não a consegue derrubar, faz sim com que cada pequeno recipiente se organize no tecto, forma-se então uma matriz de nove por nove, cada caixa com a abertura virada para baixo, os olhos detectam uma anomalia durante o posicionamento e aguardam desesperadamente, após alguns segundos todos os pedaços se libertam do seu encaixe, caem para o chão e deslizam em direcção à cabeça, por momentos receei um aproximar de todas as memórias rejeitadas.
1 comentário:
Acredita!Tenho sonhos assim!
Gosto das tuas cerebreias.
Ainda bem que não sou psicanalista :)
Enviar um comentário