Luz de presença, não desgosto da vizinhança, já lhes basta o ruído causado pelo passeio abrasivo de chinelos, indeciso de controlo remoto sobre o edredon, alterno entre concursos televisivos até que encontro um dos meus favoritos, aquele do apresentador mexicano dobrado para português dessincronizado, o tipo esgueira-se por entre os espectadores na plateia, surpreende-os com delicias cozinhadas por si no programa que antecede a este, é que neste horário atribulado das quatro às cinco da manhã com a audiência a resvalar nos respectivos lugares, todos se deparam surpreendidos com um apontar de um foco de luz irritante, não há escape possível, e é nesses estranhos momentos que retiro alguma satisfação enquanto assisto, a pele em torno dos meus olhos impede o meu adormecimento, tal é o revestimento salgado, o brilho expelido pelo televisor deixou de me incomodar à anos…
Sem comentários:
Enviar um comentário