Numa casa abandonada de portas e janelas bloqueadas com o socorrer de pregos de 9 polegadas, residia uma mulher que não aparecia na cidade desde Janeiro, estamos no final do ultimo mês de férias de uma rapariga intrépida e sonhadora quanto baste, levara emprestado o chapéu de coco do seu avô, um de aba meio gasta retirado do armário que mal se podia encerrar de tantas recordações comportadas, pied-de-poule em tons de castanho com um forro poá preto, o chilreio dos pássaros pouco evidente legitimado pela hora a que saiu de casa permitiu-lhe alcançar as arestas mais recônditas do seu puro imaginário, recriava cenários de cores e sons à sua medida, e os pássaros celebravam as canções da sua preferência, sabiam-nas todas de cor, permanecia no seu bem-estar utópico, as ervas daninhas transformavam-se em flores de sabonete que fabricavam pequenas bolhas coloridas assim que a humidade transportada pela brisa do oceano âmbar lhes acariciava as pétalas, coitadita, nunca poderia prever tal desenlace, tropeça no segundo degrau enquanto saltitava, e fica pendurada de rosto virado para uma das inúmeras janelas tapadas por rede com vista para a cave, a casa em muito mau estado teria quase todas as tábuas removidas do soalho da entrada, da cadeira de balanço restavam apenas os suportes…
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