Resolvi aparecer, "seria suficiente?" perguntei-me a mim mesmo, "estarei em condições de antever os seus novos truques?" Encontrei-a à entrada, "acabei de sair de uma reunião" foi o que me disse, mantendo sempre aquele ar guloso e descontraído, de cigarro descaído entre os dedos e o cotovelo apoiado na pasta de documentos que teria sobre o colo, enquanto continuava sentada num dos degraus alcatifados por debaixo do toldo de entrada do hotel, estava a comentar o romance entre 2 colegas de escritório com um dos empregados do starbucks ali perto, o sacana percorria-lhe a parte de trás do pescoço como se a conhece-se desde sempre, "filho da mãe, toca-lhe mais uma vez e quebro-te esses dentes, seu nojento!", acabei por puxar-lhe o braço ao que deixou cair o cigarro que o maldito porteiro apanhou de imediato, "aproveita essa beata, pois nunca poderás provar mais que o sabor da nicotina junto a essas marcas de bâton presentes no filtro", eu sei o que se passava na ideia de cada um daqueles tipos pois em tempos participei no mesmo jogo, apressado e indisposto de estômago impedi que se desassocia-se de mim utilizando uma desculpa qualquer, contei-lhe como estaria completamente apaixonado e que deveria abdicar do meu estatuto na firma para que pode-se continuar ao lado dela, é o que dá cair num abismo tão subitamente e trepar de seguida ficando quase sem fôlego... riu-se na minha cara e disse-me "estou disposta a usar todas as fotos contra ti, nunca te negarás a fazer o quer que seja, caso contrário os teus filhos saberão tudo sobre as posições que te agradam e toda a dor que partilhámos", perdi toda a minha força com que a segurara e deixei-me cair de joelhos enquanto me virava as costas e entrava novamente para o hotel...
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