quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Toilet Paper by Proxy

As tremuras nas suas mãos afugenta-lhe o ofegar seco pautado pelas quebras na respiração, cospe e pende-se-lhe sangue justo ao recanto da boca enquanto tenta proferir o seguinte:
-- Malditos percevejos, ...merda...maldito estômago, injusto...sigo injustiçado!
No chão consta um pequeno charco de lama derramada desde os seus jeans, sente-os escorridos e apegados às suas pernas que vibram graças à intensidade da chuva empertigada.
-- Abre-te...quero saber o que fazes, o que fazes?
Percorre a prateleira de cima e alcança apenas calçado em desuso, apenas o vislumbre do restante conteúdo lhe prende a batida do coração.
-- Completo este ciclo, não acredito que sintam a minha perda!
Enquanto despeja mais uns golos empurrando os comprimidos que lhe rasgam o céu da boca, arranca os botões da camisa após jogar a mão ao bolso das suas calças em busca do isqueiro.
-- Despeço-me de ti, tu que lhe traçaste o rosto, tu que a puxaste em direcção a este peito que lhe acomodou as lágrimas.
Borrifa parte do seu bocejo, poisa a garrafa e irriga a sua mão direita com um qualquer produto inflamável, atiça-lhe fogo enquanto se distancia do espelho balbuciando:
-- A troca fazemo-la assim que possível, não atenues este jogo presente, as esferas seguem-me!....As esferas seguem-me!
Arrombam-lhe o feito já fora de contexto e miram-no sem saber que respostas dar.

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