
Não me ficam registados os sonhos, e ainda bem, pois se enquanto me mantenho desperto o meu consciente já é disparatado quanto baste, imagino o caos gerado pelas recordações armazenadas debaixo dos lençóis, será que o cérebro excede a capacidade máxima suportada, sobreaquece e acaba por eliminar todo o conteúdo temporário, o que realmente se alterou quando reduzi o número de horas desperdiçadas de oito para aproximadamente quatro/cinco, foi a reconstrução imediata de faces, sinto-as, vejo-as nitidamente, sem ocultações de contornos ou recorte do cabelo, observo todos os pormenores, e os detalhes alargados, nunca assisti a um sonho desta forma, se o meu corpo me permitisse um maior controlo sobre a fase final, mesmo antes de acordar, era bem capaz de escolher uma redução do intervalo para os últimos minutos apenas, aqueles em que abrimos os olhos e vislumbramos os últimos flashs das câmaras.