segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Budapeste

"Para esquecer aquelas palavras ditas à Vanda, talvez fosse melhor necessário esquecer a própria língua em que foram ditas, talvez fosse possível substituir na cabeça uma língua por outra, durante algum tempo minha cabeça seria assim como uma casa em obras, com palavras novas subindo por um ouvido e o entulho descendo pelo outro."

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Are you listening to me? No! I See you!

"There are times when life calls out for a change. A transition, like the seasons. Our spring was wonderful but summer's over now, and we missed out on autumn. And now, all of a sudden, it's cold. It's so cold, everything, everything is freezing over. Our love fell asleep. And the snow took it by surprise. But if you fall asleep in the snow, you don't feel death coming."

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Saliências

Mudámo-nos à pouco, juntos desencadeamos esta espécie de cerimónia, em casa compete-me a arrumação dos livros, aparafusar as prateleiras que servirão como albergue para os estojos de aguarelas, trinchas, bisnagas de óleo e as telas que ficarão encostadas à parede ( impedidas de se estatelarem no pavimento graças a uma rede de tiras de plástico encontrada num estabelecimento de venda a retalho ), a continuação da pintura dos quartos fica para mais tarde segundo a minha esposa, os lençóis que cobrem parte da mobília agora salpicados foram-nos oferecidos, “que compostura desagradável” diríamos, acabaram por finalmente servir um propósito... rimo-nos imenso.

- Oiço-os divertirem-se até às tantas e isso estrangula-me a paciência, ela desconhece de todo os laços apetitosos sustentados pelo seu tombar embaraçoso, esbarrou-se em mim o incauto, de bochechas rosáceas suplicou misericórdia inúmeras vezes até que conseguiu que cessasse o meu direito à reclamação, da noite escorre o dia e trocámos dores e vivências, entregou-me uma infinidade de segredos e acompanhou-me através do meu blog, fluía fogo e permiti-lhe acesso ao meu livro de recordações.

Julguei tê-la junto do coração mas quis libertar-se destas minhas amarras, acredito que ao sentir-se alarmada pela curiosidade acrescida, o desespero e expectativas desobedecidas a fizessem desacreditar na sua própria honestidade, virou-me as costas tal como aos seus comentadores, todos lhe suplicavam o retorno, fingiam o quanto a amavam, mas esse amor sei que o guardava apenas para mim.

- Merda…existo unicamente na minha cabeça, despeço-me desta disfunção desdobrável, reiterei-me acabando por desfazer as brincadeiras, enganei-me na redoma e “asneirei-me” contra as paredes, permuto os gostos e vontades, apresentar-me-ei esquiva às revisões… louca mas isenta.

Finalmente encontrei-a, aparentava-se distinta, mas durante todo este período eduquei-me observando mazelas esquecidas conseguindo-lhe encontrar os atilhos e as sobras desbotadas pela premissa agora praticada, custa-me tanto…mas tento compreende-la, pois é ao que se acostumou, a escarificação da alma não é pêra doce.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Predominantemente...

Escrita...consorte perniciosa que faz jus à sua autenticidade libidinosa, castigar este traçado caligráfico auscultando-lhe o soro fervido apenas lhe custará a consanguinidade, incorporas-me... Fodes-me a carne e remendas-me a volatilidade diplomática, impossibilitas-me o apetite pl’o ânimo, o que pretendes afinal?...escorraças-me e inseminas-me simultaneamente...