A análise irracional acerca do que a inevitabilidade da morte representa para a maior parte das pessoas faz-nos acreditar que é algo a temer, conceptualizamos um sofrimento ainda por alcançar graças às lições ilusórias obtidas através de ensinamentos arcaicos e fábulas de prazo expirado, regras que nos restringem o direito à felicidade conseguida durante esta nossa breve estadia, segundo esta visão somos criados em função de uma entidade superior, algo que nos transcende, existimos imperfeitos e devemos-lhe uma inquestionável obediência caso queiramos ascender à intangibilidade despreocupada junto dos demais que foram anteriormente presenteados, a este ser devemos-lhe supostamente todo o mérito quanto ao nosso falso protagonismo, este desempenho durante o qual todas as nossas decisões são tomadas arbitrariamente determina o rumo quanto a uma possível salvação desta nossa condição humana, questionar a nossa própria existência e a de deus pode ser considerado como um acto ofensivo e incompatibilizante conforme os cânones pré-estabelecidos mas é um direito que nos rege, a morte estará lá à nossa espera e podemos apenas deambular acerca do seu real dissabor, mas desperdiçar preciosos segundos reciclando receios inúteis não nos surte qualquer género de beneficio, das pessoas que passam por nós e certamente acabarão por nos fazer falta neste episódio que é a nossa vida não devemos lamentar o seu desaparecimento ou chorar indefinitivamente acerca da sua ausência, devemos sim festejar todas as partilhas que nos proporcionaram e o verdadeiro motivo pelo qual existimos, a nossa finalidade é corromper a linearidade e impregnarmos as vidas de quem nos rodeia com ideias argumentáveis, praz-nos a obtenção de percepções definidas ou indefinidas desta vivência que vamos executando a cada dia que passa.
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