Aguardam que termine, aguardam para poderem limpar a sala, e repetem-no uma e outra vez, dia após dia, nas calhas não passa mais água que nos transporte dali para fora, estamos por nossa conta, mesmo as descidas parecem demorar mais do que o costume, o corrimão de vinil daria um bom meio de transporte mas temo que chegaria ao destino com o rabo queimado, as esplanadas de mesas abandonadas e cadeiras empilhadas, as chávenas de café e os restos dos pronto-a-comer lá acabaram num carrinho de lixo qualquer, faço por lá passagens rápidas sem a necessidade de pedidos de desculpas aos espectadores do turno de dia, nos rostos de cada empregado encontra-se o esforço fora de horas, a vontade de escapar mais cedo, o parque de estacionamento subterrâneo encerrou-me as portas e manteve-me encarcerado durante alguns minutos, acabei por pedir auxilio a um trabalhador que procurava as chaves para entrar em casa, recorreu ao intercomunicador para pedir a saída por um dos lados, e eu que me consigo perder facilmente num recinto vazio por muita sinalização que tenha existente, fiz o que nunca faço e acabei por perseguir o primeiro carro cujos passageiros pareciam também estar perdidos, tendo em conta que o meu sentido de orientação é um desastre, valeu mesmo a pena juntar-me ao rebanho, e foi assim que escapuli dos corredores encobertos passando pela baixa da cidade por onde deambulavam os restantes mercenários que planeavam o saque de todas as lojas...
3 comentários:
Sarava.
Bem-vindo! Não deprimas que para cada nome há um sentido;)
Aparece mais. beijo
p.s. gostei do teu canto!
Merda. não consigo falar-te instantaneamente.
faz tanto sentido quanto seres ilustre desconhecido.
Mesmo através dos momentos mais íntimos acabamos sempre por nunca conhecer as pessoas que estão mesmo à nossa frente ;)
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