Ordeno o amontoado, trato de catalogar o conteúdo dos bolsos do casaco, passo-lhes os dedos e reagrupo os descartáveis, os talões e tudo o resto que não me faz falta, fica-me preso no polegar um pedaço de pastilha elástica por ali esquecida, amasso-a de encontro ao indicador até se despegar com facilidade, e com um movimento rápido afugento-a para o passeio, enquanto o faço oiço um estrondo por cima da cabeça, olho para o alto e observo o segundo momento do impacto, um andaime suspenso apenas por um dos cabos de aço embate contra as janelas do décimo segundo andar, gritam cá debaixo a avisar-me dos vidros quebrados que viajam a alta velocidade, mesmo que a tempo de fugir sinto dois bocados que me atravessam a carne, o braço apontado ao bolso vê desaparecer a mão para dentro da desordem, deixo de poder estruturar, fico impossibilitado de reagir, fico na duvida, poderei recorrer à outra? Atrevo-me a presenciar o repetir deste ultimo incidente? E aí o que farei?
2 comentários:
Tinoniiiiiiiiii ;))))
Segurança dá trabalho. A falta dela, desemprego :)
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