quarta-feira, 16 de março de 2011

x-w

Indigesto este alento reproduzido sobre papel, deleitei-me acerca de estórias sorvendo-as tal como a uma receita de farpas brancas de chocolate depostas sobre gelado emoldurado em cristal esculpido em jeito de taça, servidas escaldadas pela fornalha que me aufere o direito de selecção, o "credo" que bafejo sai gritante refundido em gemidos profusos e dilacerantes, percutido pelo desgosto de quem é ameaçado de fresco pelo seu obtuso desfasamento daquela que é uma mera existência física, os podres e as fezes das vidas não me afectam a visão tórrida dos sonhos, não leio aquilo que vomitam pois rejeito a postura de quem se não eu, "vocês fustigam-me as pálpebras, enxugam-me as lágrimas e lambem-se surdos de encontro aos buracos ensanguentados de carne pútrida presente nas minhas palmas" diria o meu hemisfério esquerdo sequioso por cada vitima aquando lhe apalpa as nádegas, enceto cada livro como déspota avarento, mas denuncio o desflorar da ilustração que se ostenta como cabra enquanto se peida sobre o titulo, abro-o quebrando-lhe a espinha dorsal e mutilando-lhe o caminho até ao verso da contracapa, é aí que cuspo aquilo que me deu a provar, escarro os meus alvéolos moribundos e desboto este nojo identificado após parto, "julga-se a merda pela aparência, e esgotam-se os tributos prestados", as consequências destes actos impiedosos consagram-me os tumultos entre fibras musculares, a fúria apodera-se dos meus bíceps aquando alargo fendas nos pulsos, exponho o osso e o sangue e a carne que ralo entredentes descaracterizados, amarelo porco de avermelhado escuro obtido graças aos hábitos descuidados do tabaco, fujo à rotina ordeira do sexo e da obstrução mental, as foices que me atravessam as protuberâncias nos seios comprometem-me a ida à casa de banho, onde esmagaria o espelho e mastigaria o vidro partido, colocaria o meu nariz rasgado sobre a torneira e conseguiria pausar a minha ânsia, mas claro está... não me impede a coceira do ácido nas paredes do estômago nem justifica folhear algo que me aborrecerá de morte.

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