Diversidade e experimentação é algo que me agrada profundamente, prefiro ideias apresentadas através de um formato sonoro, não necessariamente estruturado ou de acordo com padrões rítmicos recriados, as sobreposições e tempos incertos funcionam como percursor para o estimulo dos meus canais auditivos, ligação directa submetida ao meu centro de prazer do cérebro, talvez seja por isso que todo o meu corpo reverbera quando se dá conta dos espectros que se propagam através deste vasto oceano que respiramos, o género musical não é importante nem mesmo a combinação certa de palavras, a musicalidade funciona como uma linguagem distinta de todas as outras, é um composto criado com os seguintes ingredientes: texturas, padrões que fogem à norma, sincronismos e delicias sentidas nas expressões corporais de cada elemento , instrumentos e músicos que os envergam.
Compreendo perfeitamente a razão para que alguém sintonize letras conforme o seu apetite, eu costumo preferir os arrepios causados, os suspiros desgostosos e o amor revirado, o despoletar apaixonado e as sequências de silêncios infundadas, sigo o meu olfacto e opto pelo "todos" quando investigam ou questionam-me acerca da minha pilha discográfica, costumo avisar aquando da chegada de novas adendas.
Contra natura e de acérrima digestão seria tudo isto caso contrariasse a estrutura frágil e sequiosa que vou assumindo.
Vertigo Quintet & Dorota Barová: Piano, Violoncelo, Contrabaixo, Saxofone/Clarinete, Trompete e Bateria. (surpreendente)