sábado, 11 de julho de 2009

pr-v

De complicado ajuste este invólucro macio ao toque, a gaze moldada sob a borracha verde-esmeralda constitui o suporte para o interior quebradiço barrado com geleia real e puré de cenouras apodrecidas, excertos de pele acrescentados no interior de um tanque utilizado para a extracção de bolsas de ar, o meu peso agravado percute náuseas e cefaleias de lide insuportável, graças à brisa fresca de final de tarde mal consigo deslocar-me por detrás da fábrica de escovas de cabelo, assisto a uma lua cheia e beijos de desagrado de encontro à parede caiada de fresco, a saliva efervesce ácida e o esmalte dos dentes desaparece num ápice, abrem-se as gaiolas de saias de verga salpicadas por pequenas falsificações de ametistas incrustadas em estanho, escapam os castores amordaçados a balões de azul caramelizado que sobem pelas calhas de encontro a espigões de serrilha dispostos desordenadamente junto ao telhado e às goteiras que apontam em direcção aos boiões de azeite da vizinhança…

1 comentário:

Astrid disse...

Vejo que voltaste a postar... continua!

Beijos, flores e estrelas *****